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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Acontecimentos no ano de 1503



  • Outubro,11-A chegada de Vasco da Gama da sua 2º viagem à Índia,
Como já foi dito Vasco da Gama partira para a Índia a 12 de Fevereiro de 1502, comandando uma nova expedição com uma frota de vinte navios de guerra, com o objectivo de fazer cumprir os interesses portugueses no oriente.

Gama nesta viagem tornou e exigiu um tributo à ilha de Quíloa na África Oriental,(actual Kilwa Kisiwani, na Tanzânia) um dos portos de domínio árabe que haviam combatido os portugueses, tornando-a tributária de Portugal.

Um tributo anual de 500 miticais de ouro.
Com esse ouro enviado pelo sultão de Quíloa foi feita a Custódia de Belém, obra-prima da ourivesaria portuguesa, em estilo gótico tardio, mandada fazer em 1506 pelo rei, para o Mosteiro dos Jeróimos.cuja criação é atribuída a Gil Vicente.

Nesta viagem bombardeou Calecute, porque queria vingar a morte de 40 marinheiros de Cabral que haviam sido mortos por mouros e porque queria que o Samorim expulsasse os mouros da cidade e não foi atendido, bombardeou aquela cidade durante 2 dias e duas noites.

Nesta viagem igualmente ocorreu o primeiro registo europeu conhecido do avistamento das ilhas Seychelles, que Vasco da Gama nomeou Ilhas Almirante em sua própria honra.

Vasco da Gama partira com o objectivo de instalar o centro português e uma feitoria em Cochim, após esforços consecutivos de Pedro Álvares Cabral e João da Nova e assim aconteceu pois para além dessa feitoria também instalou outra em Cananor

Regressou a Portugal em Setembro de 1503, tendo chegado a Lisboa a 10 de Novembro de 1503, trazendo carga avultada de especiarias.
  • Outubro,24- Nascimento do 3º filho de D.Manuel I, Isabel que viria a ser por casamento com Carlos V, Imperatriz de Espanha.
D. Isabel que viria a falecer em Toledo, a 1 de Maio de 1539 foi sepultada em Granada mas transferida para o Panteão do Escorial em 1574.

Foi imperatriz de Espanha pelo seu casamento aos 22 anos com o primo Carlos V o mais poderoso monarca da época.
O contrato de casamento foi firmado em Almeirim, onde decorreram grandes festejos, sendo que o mesmo aconteceu em Sevilha, onde foi celebrada a boda.

Viria a ser regente de Espanha por duas vezes (1528-1533 e 1535-1538), durante as ausências do marido.

De grande beleza, foi imortalizada por artistas e por escritores, como Gil Vicente, que a apelidou de “muy fermosa flor”.

Assinou com Portugal o tratado sobre as ilhas Molucas, em 1529.

Morreu ao dar à luz e, em 1574, constando que Carlos V, muito sentiu a morte da esposa, passadno largas horas a contemplar a sua figura no quadro que o pintor italiano Ticiano executou.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Expedição de Diogo Lopes de Sequeira



A estratégia de D.Manuel I era bastante ambiciosa, pois para além do Próximo Oriente. ele olhava mais para diante, ou seja mais para Oriente. Claramente queria controlar toda a área que lhe cabia na sequência do Tratado de Tordesilhas.

Primeiro escreveu a Lourenço de Almeida, pedindo-lhe para que promovesse a exploração do sueste asiático, mas impaciente ainda antes de saber os resultados, enviou uma expedição comandada por Diogo Lopes de Sequeira para fazer o reconhecimento da costa de Madagáscar, então nomeada Ilha de São Lourenço, e avaliar as respectivas potencialidades comerciais, aportando depois a Índia.

Diogo Lopes também tinha por missão obter informações sobre os chineses, mostrando a atenção que D.Manuel dispensava às nações do Oriente. Como já disse o envio desta expedição revelava alguma impaciência, porque como se verá não seria a última, que ordenava, mesmo sem saber os resultados de anteriores diligências.

Diogo Lopes de Sequeira, durante esta viagem, que se prolongou por vários anos, chegou a Samatra e Pacém, onde ergueu padrões com as armas portuguesas. Em outras viagens passou por Ceuta, Arzila, Alcácer Ceguer, Diu e Goa, reparando fortalezas em diversas paragens.

Na imagem-Uma nau portuguesa segundo pintura de Roque Gameiro

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Acontecimentos no ano de 1508

  • 21 de Agosto-Carta Régia assinada por D. Manuel I elevando a vila do Funchal cidade.
Carta del Rei Nosso Senhor em que faz cidade a este Funchal 21 de Agosto de 1508 (trecho inicial)

D. Manuel por graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém mar em África, senhor de Guiné e da conquista, navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia.

A quantos esta nossa carta virem, fazemos saber que considerando nós, como louvores a Nosso Senhor, (a maneira como) a vila do Funchal, na nossa ilha da Madeira, tem crescido em muito grande povoação e como vivem nela muitos fidalgos, cavaleiros e pessoas honradas e de grandes fazendas, pelas quais e pelo grande tracto (do comércio) da dita Ilha, esperamos com a ajuda de Nosso Senhor, que a dita vila muito mais se enobreça e acrescente;

E havendo respeito ao muito serviço que recebemos dos moradores, e esperamos ao diante receber, e assim, por folgarmos de fazer honra e mercê aos ditos fidalgos, cavaleiros, escudeiros e povo dela, sem eles, nem outrem por eles no-lo pedirem nem nos requerer;
  • Cerco a Arzila
O rei de Fez veio cercar Arzila com mais de 1000 homens. O conde de Borba na altura governador, decide recolher-se ao castelo, abandonando a cidade.

D.Manuel, logo que soube deste ataque, mandou juntar em Tavira uma esquadra, composta por quantos navios se pudessem aparelhar, para sair em defesa de Arzila.

Diga -se contudo que esse esforço seria vão, pois se não fosse o apoio que D.Fernando o rei de Aragão, nos prestou, enviado em defesa daquela praça, tropas comandadas pelo famoso D.Pedro de Navarra, que levou muito alento às tropas portuguesas e em conjunto obrigaram o rei de Fez a abandonar a cidade de Arzila, depois de a ter incendiado.

A referida armada acabou por nem chegar a zarpar de Tavira.

Ao constatar que o cerco do rei de Fez, em 1508, revelara a vulnerabilidade das defesas da praça-forte, o monarca não perdeu tempo, mandou o arquitecto Diogo Boytac largar os trabalhos em curso no Mosteiro dos Jerónimos e partir para o Norte de África.

Ao seu dispor foram colocados todos os recursos, e a construção, imponente até pelos padrões modernos, estava dada como concluída em escassos meses.


  • Duarte Pacheco Pereira é encarregado da captura do pirata Mondragon.
Depois de regressar ao reino em 1505, Pacheco Pereira, foi recebido por D. Manuel com grandes honras, enquanto os seus feitos eram exaltados pelo povo. Terá sido depois disso que passou a dedicar-se à redacção do Esmeraldo de Situ Orbis, que lhe valeu ser considerado um dos expoentes da escola náutica portuguesa e um dos primeiros cientistas portugueses.

Foi nomeado nesta altura para capturar o corsário francês Pedro Mondragon, que aprisionara um navio português que vinha da India com carga preciosa.

D.Manuel queixou-se a Luis XII, que por certo ocupado na Liga de Cambrai, contra os venezianos, não deu a Portugal as explicações necessárias.

D.Manuel I não perdeu tempo em ordenar a Pacheco Pereira que aparelhasse seis navios e saísse em demanda do francês, que acabou por aprisionar, junto ao Cabo Finisterra, trazendo-o para Lisboa.

Ao que parece D.Manuel, aceitou como boa a palavra do corsário, que passaria a respeitar o pavilhão português, mandando-o em liberdade

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Batalha do Chaul

Por iniciativa do sultão do Cairo entrou no oceano Índico uma armada de Mamelucos do Egípto, composta por quatro naus, duas galés e quatro galeotas, sob o comando do Emir Husain al-Kürdï, que em Março de 1508, depois de ter escalado Diu, se dirigiu para Chaul onde se encontrava a armada portuguesa da Índia sob o comando de D. Lourenço de Almeida, filho do vice-rei

Teve então lugar uma encarniçada batalha, tendo sido a armada lusitana apanhada desprevenida por se encontrar em escolta a uma armada de mercadores, tendo então D. Lourenço de Almeida perdido a vida.

Primeiramente encurralados dentro de um rio, os portugueses conseguiram manter os inimigos à distância mas quando lograram sair para o mar aberto o navio do capitão-mor, ficou enredado em redes de pesca, acabando por encalhar, sendo então chacinados.

Ss portugueses eram poucos e sem ajudas, e eles muitos, os inimigos entraram definitivamente.Nesta luta morreram oitenta portugueses entre capitães e marinheiros. Ao todo na nau de D. Lourenço e nas outras, morreram cento e quarenta homens e ficaram feridos cento e vinte e quatro.

Os Rumes (nome que os Portugueses usavam para designar indistintamente os Mamelucos e os Turcos), com a sua armada igualmente danificada recolheu-se a Diu, enquanto a portuguesa regressava a Cochim.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ataque de corsários franceses ao Brasil

Começando por referir algumas palavras de Darcy Ribeiro.

É muito curioso... a sabedoria europeia, em alguns capítulos dela, a sagacidade europeia, a sagacidade dos saqueadores, os . Vejam só, em 1454, a Europa estava se expandindo ainda sobre a África, sobre a costa da África.

O Papa deu ao Rei de Portugal uma bula garantindo ao Rei de Portugal que onde o Príncipe D. Henrique, que estava viajando, que estava explorando a África, que onde o príncipe pusesse a mão, aquela terra seria do Rei, e o “Negro” em que ele tocasse seria escravo, escravo dele e de seus filhos até o fim do mundo.

Vejam só, isto é o direito à espoliação, uma bula papal, mesmíssima bula papal que é repetida para o Rei de Espanha em 1493. Um ano depois da “descoberta”, um ano depois da invasão da chegada aqui de Colombo.

O Papa, que era uma suprema autoridade legal do mundo na época, dava ao Rei de Espanha o direito que tinha dado ao Rei de Portugal, o direito de se apropriar. Esta é a lei que rege até hoje a única lei das Américas. A lei de saqueio, a lei do roubo, a lei da espoliação.

”Depoimento oral de Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro em Setembro de 1993"

Era realmente esta a situação que através da Bula Romanus Pontifex ,o papa Nicolau V em 8 de Janeiro de 1455, havia criado ao conceder ao rei de Portugal D.Afonso V, seus sucessores e ao infante D.Henrique, as terras descobertas ou a descobrir pelos Portugueses.

Claro que esta medida, prejudicava os interesses das outras potências europeias que, também elas, ambicionavam procurar riquezas, pelas Índias, começando a França a controlar então esse tipo de actividades definidas como corso ou pirataria, para usar linguagem mais consentânea com a realidade.

Em 1503 um navio francês de grande tonelagem, o Espoir partiu com o objectivo de chegar à Índia pelo oceano, ajudado pelos portugueses Sebastião Moura e Diogo Coutinho, bons conhecedores das rotas atlânticas e Índicas.

Contudo, apanhado por uma tempestade, o navio ficou impossibilitado de avançar e os aventureiros foram ter à costa brasileira, de onde levaram várias mercadorias exóticas.

Teve sorte em não encontrar qualquer barco português, mas ao chegar, foi atacado por piratas, que lhe roubaram a mercadoria. Como era mínima a diferença entre corsários e piratas

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Afonso de Albuquerque conquista Ormuz

As ordens que Afonso de Albuquerque trazia de Lisboa, quando de lá partira no ano de 1506, ordenavam-lhe que corresse a costa da Arábia e a entrada do Mar Vermelho, procedendo á conquista de alguns lugares daquela área de Oman a Ormuz.

Assim foi feito, o que aumentava enormemente o prestigio e o temor que Afonso de Albuquerque infundia naquela zona, mas que não tinham bom acolhimento por parte do vice-rei D.Francisco de Almeida que não concordava, com esse tipo de estratégia, tendo insistido com D.Manuel, advertindo-o :

Quanto mais fortalezas tiverdes, mais falho será o vosso poder, toda a nossa força seja no mar, porque se nele não formos poderosos, tudo logo será contra nós. Enquanto no mar fordes poderoso, tereis a Índia por vossa.

Quando Afonso de Albuquerque, fundeou a sua armada frente a Ormuz, Coge Agar o senhor da cidade enviou um representante para saber das intenções de Albuquerque. Que clarificou a situação propondo-lhe a submissão ao Rei de Portugal e o pagamento de tributo, em sinal de vassalagem ou bombardearia a cidade.

Como a proposta de rendição não foi aceite, deu-se a batalha que foi dura e prolongada, acabando Coge Agar por aceitar a rendição comprometendo-se a pagar elevado tributo em nome do seu rei.

De posse da cidade, logo Albuquerque se preocupou em mandar levantar uma fortaleza que assegurasse a defesa da cidade. Medida essa que não foi muito bem acolhida pelos seus capitães, que viam nessa construção a intenção de os fixar num único ponto, quando poderiam andar ao corso das naus muçulmanas da Meca sempre carregadas de riquezas.

Desse desacordo e da indisciplina que se instalou a fortaleza acabou por ser abandonada mais tarde, ainda por acabar

quarta-feira, 25 de março de 2009

Uma armada com dois destinos

No ano de 1506 D.Manuel manda Afonso de Albuquerque percorrer a costa da Arábia, levando Tristão da Cunha como comandante de uma das suas naus de viagem. Um homem que não fora ter ficado temporariamente cego teria sido o primeiro vice-rei da India, facto que levou à sua substituição por D.Francisco de Almeida.

Já recuperado em 1506, foi-lhe entregue então o comando duma das naus, que saíram de Lisboa no dia 6 de Março, um poderosa esquadra composta por 14 unidades, comandadas por capitães de valor reconhecido.

O começo foi trágico com numerosas mortes ao que se julga motivada por peste, pela contaminação que traziam já de Lisboa e que causou naturalmente imenso pânico. Uma vez afastada a peste, Afonso de Albuquerque com a sua armada, seguiu para a ilha de Moçambique, para reabastecer porque as ordens eram , para Albuquerque além de fustigar a navegação muçulmana nas imediações da Arábia, posteriormente atacar Ormuz.

Enquanto as forças de Tristão da Cunha, seguiam a rota normal da Índia e já antes se haviam separado das naus de Albuquerque acaba por descobrir no Atlântico sul, o pequeno arquipélago que viria a ostentar o seu nome, Tristão da Cunha.

Fazendo depois o reconhecimento de Madagáscar, seguiu ao longo da costa de África, onde venceu os muçulmanos de Hoja e Brava, conquistando, pouco depois, a ilha de Socotorá aos árabes fartaques.




sexta-feira, 13 de março de 2009

O massacre anti-judaico em 1506


Como já anteriormente referi, D.Manuel I tinha um plano para resolver o "problema" dos judeus e dos mouros, que no fundo pretendia conciliar a questão religiosa, com os interesses da coroa.

Esperava D.Manuel que no espaço de uma ou duas gerações principalmente a antiga comunidade hebraica, acabasse por se diluir na cristandade, razão porque proibira que os cristão novos casassem entre si.

A desejada uniformização contudo não foi conseguida, mantendo-se em aberto toda a tensão relacionada com essa matéria, depois de 11 anos de governação, como se prova, pelos acontecimentos ocorridos em Lisboa entre 19 e 21 de Abril de 1506, quando foram assassinadas mais de 2000 pessoas, maioritariamente cristão-novos.

Numa altura em que Lisboa se passavam tormentos por mais um surto de peste, que levara o Rei e muitos fidalgo sa afastarem-se de Lisboa, criando entre o povo ,que era obrigado a manter-se na cidade a sensação de abandono, que traziam insegurança e angustia.

Foi assim que Damião de Góis descreveu o que se passou

No mosteiro de São Domingos da dita cidade estava uma capela a que chamava de Jesus, e nela um crucifixo, em que foi então visto um sinal, a que davam cor de milagre, com quanto os que na igreja se acharam julgavam ser o contrário dos quais um cristão-novo disse que lhe parecia uma candeia acesa que estava posta no lado da imagem de Jesus, o que ouvindo alguns homens baixos o tiraram pelos cabelos de arrasto para fora da igreja, e o mataram, e queimaram logo o corpo no Rossio.

Ao qual alvoroço acudiu muito povo, a quem um frade fez uma pregação convocando-os contra os cristãos-novos, após o que saíram dois frades do mosteiro, com um crucifixo nas mãos bradando, heresia, heresia, o que imprimiu tanto em muita gente estrangeira, popular, marinheiros de naus, que então vieram da Holanda, Zelândia, e outras partes, ali homens da terra, da mesma condição, e pouca qualidade, que juntos mais de quinhentos, começaram a matar todos os cristãos-novos que achavam pelas ruas, e os corpos mortos, e os meio vivos lançavam e queimavam em fogueiras que tinham feitas na Ribeira e no Rossio a qual negócio lhes serviam escravos e moços que com muita diligência acarretavam lenha e outros materiais para acender o fogo, no qual Domingo de Pascoela mataram mais de quinhentas pessoas.

Foi assim que acirrados por dois frades, se lançou a caça ao cristão-novo por toda a cidade, que prosseguiu por todo o dia 20 de Abril, chegando a entrar nas casas dos perseguidos , roubando-lhe o ouro e todos os bens que lhes interessassem.

Dava para tudo, até para consumar vinganças pessoais, dando a entender aos estrangeiros envolvidos que alguns dos seus inimigos eram cristão-novos.

Só no terceiro dia, as autoridades corporizadas no regedor Aires da Silva e o governador D.Álvaro de Castro, reunindo gente de bem, que não havia tomado parte na desordem, conseguiram restabelecer a ordem.

D.Manuel fora então avisado dos desacatos, mandando o prior o Crato e o barão do Alvito, para impor a ordem e fazer a justiça devida em seu nome. Os dois frades instigadores foram queimados vivos, tendo sido enforcados muitos dos implicados.

Aos vereadores da cidade, imputou D.Manuel a responsabilidade por não terem resolvido a questão mais cedo, impedido o selvático desenvolvimento. Acusando-os de negligência ordenou que fossem confiscados a todos eles o quinto dos seus bens moveis e de raiz

A Câmara Municipal de Lisboa inaugurou em 19 de Abril de 2008 construção um memorial às vítimas destes motins anti-judaicos.


terça-feira, 3 de março de 2009

D.Francisco de Almeida Vice-Rei

A importância da presença portuguesa na Índia justifica que D. Manuel tenha compreendido que, devido ao grande espaço, era necessário haver coordenação e autoridade, para garantir o comércio das especiarias. Era necessária uma presença permanente no local, com poderes decisórios.

Sob o ponto de vista comercial, ainda era um facto que o comércio da Índia com a Europa, estava no poder dos mouros e dos mercadores venezianos e o objectivo com a descoberta do caminho marítimo, trazer para Portugal a preponderância comercial dos produtos orientais, principalmente especiarias e sedas.

O aspecto religioso trazia o grande objectivo missionário de Portugal, para conter o Islão e sob o ponto de vista político, começava a desenhar-se a ideia dum projecto imperial.

A escolha para primeiro Vice-Rei, recaiu sobre D. Francisco de Almeida, que foi empossado nesse cargo partindo de Lisboa a 25 de Março de 1505, estando desde logo estabelecido que a nomeação sería por 3 anos.

Em boa verdade e em rigor o facto é que segundo esse regimento, o governador-mor, só tomaria o título de Vice-rei logo que tivesse erguido fortalezas em Cananor, Cochim e Coulão.

A frota constituída por 22 naus, que partiu nessa data ia equipada por um forte dispositivo bélico, porque já estava definido que, só pela guerra, poderiam assegurar a posição das feitorias já estabelecidas e a expansão a novos pontos nevrálgicos.As instruções fora a captura e fortificação de Sofala e Quíloa e que construísse uma fortaleza na ilha de Anjediva, como já havia dito

A ideia era construir se possível um bom entendimento com os soberanos locais, mas em caso de necessidade, usar a força era imperioso.

Cumprindo o estabelecido no regimento, D. Francisco começa por empreender o plano traçado para a costa oriental de África. Fazendo amizade com o rei de Sofala e edificando uma fortaleza, impedia assim o fornecimento de ouro que nesse porto abastecia os mercadores árabes.

Em Quíloa o rei fugiu quando viu chegar a armada portuguesa. Este havia usurpado o trono do antigo soberano, que tinha aceite a vassalagem ao rei português. No seu lugar, o governador colocou um mouro que tinha ficado como refém, por demonstrar merecer a sua confiança. Esta política tinha por finalidade facilitar a comunicação, vencendo assim a barreira da língua.

O rei de Mombaça recebeu a esquadra do vice-rei com guarda reforçada, pois tinha tomado conhecimento do que se passara em Quíloa. Tentou alvejar Almeida e a sua comitiva, empreendendo a fuga posteriormente. D. Francisco mandou um emissário dizer ao rei, que se aceitasse ser vassalo do rei de Portugal, poderiam entende-se facilmente, caso contrário lhe faria guerra. Como não aceitou a rendição, D. Francisco de Almeida mandou incendiar parte da cidade, para que os seus homens pudessem entrar mais facilmente e saquea-la.

Já na Índia mandou erguer a fortaleza de Anjediva aproveitando uns alicerces já ali existentes, junto ao mar. Esta fortaleza estava num ponto muito sensível e na ausência do governador, foi atacada pelos mouros por via terrestre. Saquearam toda a mercadoria e queimaram a frota que estava fundeada. Esta fortaleza viria mais tarde a ser destruída por ordem de D. Francisco, uma vez que as despesas eram superiores aos lucros, devido aos roubos.

Em Cochim, Cananor e Ceilão, as negociações resolvem-se pela via diplomática, ficando tributários de Portugal.

O comércio português no Índico estava em franco progresso, e para isso contribuiu em grande parte o bom entendimento com alguns soberanos do Malabar. Estes, descontentes com os mouros egípcios e turcos, que só negoceiam com Calecute, fazem-se amigos dos portugueses e prometem o seu apoio. O acesso ao mar Vermelho estava cada vez mais condicionado, passando só as embarcações que tinham o “livre trânsito” e para o obter, tinham de fazer o pagamento prévio do imposto. Esta situação não agradava aos mouros do Cairo, que utilizavam aquele mar para abastecer Veneza e toda a zona mediterrânica.

Em carta de Dezembro de 1505, dirigida a D. Manuel, D.Francisco de Almeida diz-lhe espero que em meu tempo sereis Imperador deste mundo de cá.

Créditos:Universidade Católica Portuguesa-(Polo de Viseu) Trabalho realizado por Albina Faria 2002/ 2003

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O desenho do Império futuro

Em Abril de 1503 partiu de Lisboa mais uma armada com destino à Índia, onde seguia Afonso de Albuquerque, que terá adquirido conhecimentos sobre a realidade indiana que bastante úteis lhe seriam mais tarde.

O objectivo era ajudar o rei de Cochim que havia estabelecido já relações de amizade com Portugal e que sofria ataques constantes do Samorim de Calecute. Uma vez cumprida essa missão Afonso de Albuquerque regressou a Portugal deixando Duarte Pacheco, a cumprir outro dos objectivos da coroa portuguesa, a presença assídua nos mares da Índia. O rei pretendia não ir lá, mas estar em permanência, daí a razão de permanecerem por lá embarcações de menor porte, mas que se podiam encarregar de missões de vigilância costeira.

A ideia clara era a da fundação dum Império que se estendia por Sofala e Ormuz, na parte ocidental, apenas cinco anos após os primeiros contactos com a terra indiana recém-descoberta.

Para já o reino de Calecute fora castigado, Portugal metia respeito, havia uma fortaleza em Cochim e o comércio fazia-se com naus que voltavam carregadas com pimenta e outras mercadorias e além disso as embarcações mouras capturadas ofereciam excelente saque em ouro.

Neste mesmo ano, a Coroa portuguesa, firmou contrato com um grupo de comerciantes que financiou a realização duma expedição ao litoral brasileiro, comandada por Gonçalo Coelho

Pouco se sabia em Portugal da cartografia da costa norte brasileira e surgira assim a necessidade de ser despachada para a nova terra uma expedição exploradora que reconhecesse principalmente a parte situada aquém da linha divisória de Tordesilhas, por isso pertencente à coroa portuguesa.

Os comerciantes que financiaram a expedição, dentre eles Fernão de Noronha, conseguiram arrendar as terras brasileiras por um período de três anos para exploração do pau-brasil.

Em troca, os arrendatários se comprometiam a construir feitorias e pagar, à Coroa, parte do lucro obtido.

Fernão de Noronha, foi um judeu português convertido ao catolicismo. era o representante do banqueiro Jakob Fugger na Península Ibérica

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O nascimento do príncipe herdeiro

Quando chegou a Lisboa, no 1501 um enviado de Veneza pedindo auxílio, para enfrentar o sultão turco que os estava atacando, correspondeu D.Manuel da melhor maneira ao pedido dos venezianos, pondo de imediato à disposição do seu rival comercial uma armada de 30 barcos e cerca de 3500 homens.

Parte dessa força naval, estava praticamente aprontada, para uma incursão ao norte de África, há muito gizada nos planos do rei e na qual pretendia empenhar-se pessoalmente, mas que afinal o recente casamento e o facto dos seus conselheiros o não recomendarem, por não haver descendência real, fizeram abortar.

No fonal do Verão de 1501, D.Maria engravidou e o herdeiro tão desejado, acabou por nascer no dia 7 de Junho de 1502 e foi-lhe dado o nome de João.

Baptizado a 16 do mesmo mês , apadrinhado pelo doge de Veneza e as madrinhas a avó D.Beatriz e a tia D.Leonor.

D.Manuel não perdeu tempo e ainda no mesmo mês de Junho, convocou cortes para Lisboa com o objectivo do novo príncipe ser jurado herdeiro do trono.

Assim aconteceu nas cortes de Lisboa de 15 de Agosto.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O segundo casamento real

Por muito que ainda recordasse Isabel a esposa falecida, o certo é que o rei de Portugal, necessitava de casar e de gerar herdeiros para a coroa portuguesa. O objectivo de D.Manuel era casar com uma filha de reis, mas as opções de escolha eram muito restritas, ou mesmo com um pouco de exagero referir que a única disponível seria a princesa Maria, a filha dos reis Católicos e que D.Manuel havia rejeitado a favor da irmã, D.Isabel.

As negociações para o casamento iniciarram a 22 de Abril de 1500 em Sevilha, quando os reis católicos aceitaram o casamento entre D.Manuel e D.Maria depois de ter sido assegurado que as mesquitas haviam sido destruídas em ambos os reinos e se garantia o auxílio reciproco no caso de luta contra o turco,o "infiél" mais activo, nesse tempo.

A 20 de Junho osais da noiva atribuem-lhe o dote anual de 4 500 000 de maravedis, para ajuda dos gastos de casa e quando da sua chegada a Portugal a 14 de Dezembro, a doação da cidade de Viseu e da vila de Torres Vedras.

Processo rápido sem dúvida em contraste com os 20 meses que demoraram a consumar os preparativos do primeiro casamento de D.Manuel I. Não fora o empate de tempo que o papa Alexandre IV causara para a emissão de bula de dispensa, devido ao parentesco entre os noivos e por certo ainda o casamento se teria realizado em menos tempo que os 6 meses, que demorou o seu preparo.

Nem mesmo o falecimento de D.Miguel da Paz, primeiro filho de D.Manuel,fez alterar as condições do casamento, embora a urgência do nascimento dum herdeiro fosse ainda mais premente.

O casamento foi formlizado em Granada em Agosto, sem qualquer festa, e sem a presença do rei português que se fez representar. Só a 23 de Outubro a nova rainha entra em Portugal, sendo recebida pelo duque de Bragança, enquanto D.Manuel só a esperava em Alcácer do Sal, onde decorreu a cerimónia oficial do casamento no dia 31 de Outubro de 1500.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A busca do ouro em África


Em 1501 ainda antes da chegada da armada de Cabral e a notícia que Tovar traria de Sofala, "documentada" com o ouro que o rei tinha trocado, pelas mercadorias que Tovar levava, já o rei D.Manuel enviara outro feitor embarcado na nau de João da Nova, com o objectivo de ficar em Sofala, julgando que a feitoria já estaria construída.

João da Nova viria a descobrir a s ilhas de Ascensão e Santa Helena em 21 de Maio de 1902

Igualmente quando Vasco da Gama partiu para a Índia na sua segunda viagem, iniciada em 30 de Janeiro de 1501, também recebera instruções para aportar a Sofala, embora já com a certeza que a feitoria a estar construída, o tinha sido apenas pela tripulação de João da Nova.

Mais uma vez isso não aconteceu, o que levou a que a tripulação tivesse ficada abrigada precariamente a a troca de produtos muito pobre. Parando depois na ilha de Moçambique, vieram a saber que a verdadeira razão porque as trocas comerciais em Sofala. não tinham sido bem sucedidas, foi porque tinha havido uma grande guerra no local de onde vinha o ouro, o que queria dizer que não era em Sofala, que havia essa mina, mas sim de qualquer outro local, mais para o interior de África.

Segundo escrituras antigas, afinal as tais minas de ouro era em Ofir, a mina de ouro da rainha do Sabá e que fora dada ao rei Salomão.

Em Sofala portanto havia condições favoráveis para se estabelecerem relações comerciais amigáveis, pelo menos estaríamos situados no porto de saída do ouro tão avidamente procurado, porque também ele, seria fundamental, para o bom êxito do comércio na Índia.

Já na ilha de Moçambique, as relações não foram tão amistosas de início, porque os mercadores mouros se mostraram antagónicos. Em Melinde, já a recepção foi mais amistosa, também porque lhes convinha um aliado, atendendo à posição subalterna que tinham face a Quíloa e a Mombaça, houve troca de presentes e a cedência dum piloto para facilitar a continuação da rota de Oriente.



terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A continuação de viagem de Cabral


Após o achamento do Brasil, a armada capatieada por Pedro Álvares Cabral,retomou os objectivos principais a atingir quando da partida de Lisboa a edificação duma feitoria em Sofala

Na passagem do Cabo viria a perder quatro velas, entre as quais os navios comandados por Bartolomeu Dias e seu irmão Diogo Dias, os dois encarregados de construir a referida feitoria.

Esta feitoria passou a ser um objectivo crucial para D.Manuel partir do momento em que surgiram notícias da existência de minas auríferas em Sofala, os indícios recolhidos confirmavam as já existentes em Portugal, sobre a importância de Quíloa e Sofala,

O temporal acima referido, adiou a concretização desse objectivo. Alvares Cabral, recolheu a armada na ilha de Moçambique, para reparações nos navios, seguindo depois para Quíloa, para tentar informações sobre a existência do ouro e depois para Melinde, onde como era hábito deixou dois degredados, com a missão de por terra virem a alcançao o reino do Preste João, que a s lendas medievais colocavam algures no Oriente.

No regresso um dos capitães Sancho de Tovar, conseguiu estabelecer diálogo com o rei Issufo, com quem se estabeleceram relações de amizade e autorização para comercializar produtos.

Foram só seis naus que avistaram Calecute a 13 de Setembro de 1500. Pedro Álvares Cabral conseguiu estabelecer uma feitoria em terra, mas não consegue fixar-se, acirrando-se a oposição do samorim e dos sectores influenciados, pelos comerciantes muçulmanos. Tal facto redundará no assalto à feitoria e à morte dos seus ocupantes, incluindo o feitor e escrivães entre os quais Pero Vaz de Caminha.

Cabral ordenou o bombardeamento da cidade e os navios muçulmanos ancorados no porto incendiados. Necessitando de uma alternativa criou vínculos comerciais com o reino rival de Cochim e recebeu enviados dos reinos de Coulão e Cananor, para facilitar futuros contactos, já que em nenhuma circunstância, se conseguiu sedimentar qualquer feitoria em terra. Regressou a Lisboa, apesar de todos os contratempos e das perdas sofridas em velas, homens e bens, com apreciável quantidade de especiarias.

O que restava da armada de Cabral acabou por aportar a Lisboa em 31 e Julho de 1501.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O achamento do Brasil(II)


Foi então decidido por Cabral que a insignificante e menos necessária nau, regressaria a Lisboa para dar o mais discretamente possível notícia do achamento do Brasil, seria comandada por Gaspar de Lemos.

Para alguns o silêncio planeado, inclusivamente não o dando sequer a conhecer aos vizinhos de Castela, antes do regresso de Cabral que só viria a acontecer um ano depois da notícia ter chegado a Lisboa, o silêncio repito, significava também que o rei D.Manuel, teria dado pouca importância ao acontecimento, porque a busca e o objectivo, eram cidades, riquezas e especiarias e não sertão sem cidades, nem comércio e muito menos sem minas de ouro.

Não é crível que fosse o desinteresse o motivo de D.Manuel, porque para além do sigilo já referido, também é revelador que a comunicação aos sogros, só aconteceu quando já tínhamos uma nova frota a explorar a orla costeira brasileira, que saíra de Lisboa comandada por Gonçalo Coelho.


Cautela e falta de confiança em relação a Castela, sem dúvida, desprezo pelas novas terras nem pensar


Um dos relatos escritos que D.Manuel recebeu, foi a famosa carta, enviada por Pêro Vaz de Caminha, onde ele descreve os acontecimentos ocorridos entre o dia 22 de Abril e o dia 1 de Maio de 1500. Caminha seguiu com a armada de Cabral, viria a morrer em 1501, mas a sua carta enviada ao Rei, ficou famosa

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O achamento do Brasil(I)


As informações obtidas, na sequência do regresso da Índia, exigiam que se preparasse outra armada para regressar à Índia, necessariamente mais poderosa que a anterior, para que se impressionasse os povos do Oriente e ao mesmo tempo pudesse trazer maior carga de especiarias.

Uma armada composta por 13 navios sob o o comando de Pedro Álvares Cabral zarpou do Tejo a 9 de Março de 1500. O destino era, conseguir uma nova viagem de confirmação, da de Vasco da Gama, por forma que, não fosse considerada como um acto fruto do acaso, mas constituísse uma rota seguramente definida.

Várias são as interpretações sobre a rota seguida por Cabral, normalmente incidem sobre o facto do desvio da rota mais ao largo pelo Atlântico, tenha sido deliberada ou fruto do acaso, ou de simples engano.

Certo é que da viagem anterior, já teria havido indícios, de que haveria terra a poente da rota, quer pelo movimento de algumas aves, ou mesmo segundo relatos do avistamento do monte Pascoal, de costas voltadas para o cabo da Boa Esperança.

A 22 de Abril toparam, pela manhã, "com aves, a que chamam fura-buchos... e, a horas de véspera [entre as 15 horas e o sol-posto]," tiveram "vista de terra, isto é, primeiramente d'um grande monte, mui alto e redondo, e d'outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz"


Razões que podem justificar o facto do desvio da rota da Índia, não ter sido fruto do acaso, mas uma decisão pensada, seguida da instrução dada a Álvares Cabral, para que o notícia fosse transmitida para Lisboa duma forma célere, mas o mais discretamente possível, afim de evitar a propagação da notícia.


A nau que Cabral envia para Lisboa, para dar notícia do achamento do Brasil, foi a mais discreta possível. Escolheu a embarcação menos necessária à armada, levava apenas equipamentos e mantimentos suplementares e ao contrário do que era usual não foram embarcados indígenas, na sua viagem de regresso a Lisboa

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Acontecimentos no ano de 1499

*-A transladação do corpo de D.João II de Silves para a Batalha

Cumprindo um desejo expresso pelo seu antecessor, D.Manuel promove em Outubro de 1499 a translacação dos restos mortais de D.João II de Silves para o Mosteiro da Batalha.

D.Manuel deslocou-se com numeroso séquito até Silves, após o que retirado o corpo do túmulo e metido num ataúde, se organizou enorme cortejo, com todo o luzimento necessário, ao que fora chamado de "santo corpo" real, porque segundo as crónicas de Garcia de Rezende, o corpo
se mantivera incorrupto, após 4 anos sob o solo.

A chegada do cortejo decorreu em Aljubarrota, onde o rei recebeu o corpo, acompanhado de D.Jorge e os outros herdeiras da reabilitada casa de Bragança, o que viria a conferir a este acto, um significado político, que deixava bem clara a intenção do rei, em fechar de vez as feridas do passado.

Com a cerimónia fúnebre de Outubro de 1499, ocorreram as últimas exéquias reais, neste mosteiro, porque D.Manuel já decidira que o seu corpo, devia ser sepultado no novo mosteiro de Belém, que se localizava junta a uma ermida da Ordem de Cristo.

* A chegada da Índia

Em Julho de 1499 a Bérrio comanda por Nicolau Coelho,entrou no Tejo, carregada de especiarías. Foi recebida com natural grande emoção, por toda a gente, incluindo o rei e os seus conselheiros comerciais,pois, a partir de agora, já não era só Veneza,que distribuiria especiarias pelo mercado Europeu.

Vasco da Gama só chegaria a Lisboa 1 mês depois, retido que havia estado na ilha Terceira, acompanhando os últimos dias de vida de seu irmão Paulo.

Muitas mercês e perdões de crimes praticados, foram atribuídos por D.Manuel,aos navegantes de Calecute, conforma as suas atribuições e responsabilidades.

Para Vasco da Gama, o maior quinhão além duma tença anual 300 000 reais, o direito de usar o título de dom, sendo nomeado Almirante dos mares da Índia. Foi aliás o único fidalgo português a receber um título nobiliárquico pela realização duma viagem de exploração.

Também D.Manuel ganhou qualquer coisa, pelo menos o seu título, após 25 de Agosto de 1499 passou a ser de

Rei de Portugal e dos Algarves, d aquem e d além mar em África, senhor da Guiné e da conquista, da nevegação e do comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia.

Óptimo e pomposo título sobretudo para impresionar os príncipes europeus e realçar o monopólio português.