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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O segundo casamento real

Por muito que ainda recordasse Isabel a esposa falecida, o certo é que o rei de Portugal, necessitava de casar e de gerar herdeiros para a coroa portuguesa. O objectivo de D.Manuel era casar com uma filha de reis, mas as opções de escolha eram muito restritas, ou mesmo com um pouco de exagero referir que a única disponível seria a princesa Maria, a filha dos reis Católicos e que D.Manuel havia rejeitado a favor da irmã, D.Isabel.

As negociações para o casamento iniciarram a 22 de Abril de 1500 em Sevilha, quando os reis católicos aceitaram o casamento entre D.Manuel e D.Maria depois de ter sido assegurado que as mesquitas haviam sido destruídas em ambos os reinos e se garantia o auxílio reciproco no caso de luta contra o turco,o "infiél" mais activo, nesse tempo.

A 20 de Junho osais da noiva atribuem-lhe o dote anual de 4 500 000 de maravedis, para ajuda dos gastos de casa e quando da sua chegada a Portugal a 14 de Dezembro, a doação da cidade de Viseu e da vila de Torres Vedras.

Processo rápido sem dúvida em contraste com os 20 meses que demoraram a consumar os preparativos do primeiro casamento de D.Manuel I. Não fora o empate de tempo que o papa Alexandre IV causara para a emissão de bula de dispensa, devido ao parentesco entre os noivos e por certo ainda o casamento se teria realizado em menos tempo que os 6 meses, que demorou o seu preparo.

Nem mesmo o falecimento de D.Miguel da Paz, primeiro filho de D.Manuel,fez alterar as condições do casamento, embora a urgência do nascimento dum herdeiro fosse ainda mais premente.

O casamento foi formlizado em Granada em Agosto, sem qualquer festa, e sem a presença do rei português que se fez representar. Só a 23 de Outubro a nova rainha entra em Portugal, sendo recebida pelo duque de Bragança, enquanto D.Manuel só a esperava em Alcácer do Sal, onde decorreu a cerimónia oficial do casamento no dia 31 de Outubro de 1500.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A busca do ouro em África


Em 1501 ainda antes da chegada da armada de Cabral e a notícia que Tovar traria de Sofala, "documentada" com o ouro que o rei tinha trocado, pelas mercadorias que Tovar levava, já o rei D.Manuel enviara outro feitor embarcado na nau de João da Nova, com o objectivo de ficar em Sofala, julgando que a feitoria já estaria construída.

João da Nova viria a descobrir a s ilhas de Ascensão e Santa Helena em 21 de Maio de 1902

Igualmente quando Vasco da Gama partiu para a Índia na sua segunda viagem, iniciada em 30 de Janeiro de 1501, também recebera instruções para aportar a Sofala, embora já com a certeza que a feitoria a estar construída, o tinha sido apenas pela tripulação de João da Nova.

Mais uma vez isso não aconteceu, o que levou a que a tripulação tivesse ficada abrigada precariamente a a troca de produtos muito pobre. Parando depois na ilha de Moçambique, vieram a saber que a verdadeira razão porque as trocas comerciais em Sofala. não tinham sido bem sucedidas, foi porque tinha havido uma grande guerra no local de onde vinha o ouro, o que queria dizer que não era em Sofala, que havia essa mina, mas sim de qualquer outro local, mais para o interior de África.

Segundo escrituras antigas, afinal as tais minas de ouro era em Ofir, a mina de ouro da rainha do Sabá e que fora dada ao rei Salomão.

Em Sofala portanto havia condições favoráveis para se estabelecerem relações comerciais amigáveis, pelo menos estaríamos situados no porto de saída do ouro tão avidamente procurado, porque também ele, seria fundamental, para o bom êxito do comércio na Índia.

Já na ilha de Moçambique, as relações não foram tão amistosas de início, porque os mercadores mouros se mostraram antagónicos. Em Melinde, já a recepção foi mais amistosa, também porque lhes convinha um aliado, atendendo à posição subalterna que tinham face a Quíloa e a Mombaça, houve troca de presentes e a cedência dum piloto para facilitar a continuação da rota de Oriente.



terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A continuação de viagem de Cabral


Após o achamento do Brasil, a armada capatieada por Pedro Álvares Cabral,retomou os objectivos principais a atingir quando da partida de Lisboa a edificação duma feitoria em Sofala

Na passagem do Cabo viria a perder quatro velas, entre as quais os navios comandados por Bartolomeu Dias e seu irmão Diogo Dias, os dois encarregados de construir a referida feitoria.

Esta feitoria passou a ser um objectivo crucial para D.Manuel partir do momento em que surgiram notícias da existência de minas auríferas em Sofala, os indícios recolhidos confirmavam as já existentes em Portugal, sobre a importância de Quíloa e Sofala,

O temporal acima referido, adiou a concretização desse objectivo. Alvares Cabral, recolheu a armada na ilha de Moçambique, para reparações nos navios, seguindo depois para Quíloa, para tentar informações sobre a existência do ouro e depois para Melinde, onde como era hábito deixou dois degredados, com a missão de por terra virem a alcançao o reino do Preste João, que a s lendas medievais colocavam algures no Oriente.

No regresso um dos capitães Sancho de Tovar, conseguiu estabelecer diálogo com o rei Issufo, com quem se estabeleceram relações de amizade e autorização para comercializar produtos.

Foram só seis naus que avistaram Calecute a 13 de Setembro de 1500. Pedro Álvares Cabral conseguiu estabelecer uma feitoria em terra, mas não consegue fixar-se, acirrando-se a oposição do samorim e dos sectores influenciados, pelos comerciantes muçulmanos. Tal facto redundará no assalto à feitoria e à morte dos seus ocupantes, incluindo o feitor e escrivães entre os quais Pero Vaz de Caminha.

Cabral ordenou o bombardeamento da cidade e os navios muçulmanos ancorados no porto incendiados. Necessitando de uma alternativa criou vínculos comerciais com o reino rival de Cochim e recebeu enviados dos reinos de Coulão e Cananor, para facilitar futuros contactos, já que em nenhuma circunstância, se conseguiu sedimentar qualquer feitoria em terra. Regressou a Lisboa, apesar de todos os contratempos e das perdas sofridas em velas, homens e bens, com apreciável quantidade de especiarias.

O que restava da armada de Cabral acabou por aportar a Lisboa em 31 e Julho de 1501.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O achamento do Brasil(II)


Foi então decidido por Cabral que a insignificante e menos necessária nau, regressaria a Lisboa para dar o mais discretamente possível notícia do achamento do Brasil, seria comandada por Gaspar de Lemos.

Para alguns o silêncio planeado, inclusivamente não o dando sequer a conhecer aos vizinhos de Castela, antes do regresso de Cabral que só viria a acontecer um ano depois da notícia ter chegado a Lisboa, o silêncio repito, significava também que o rei D.Manuel, teria dado pouca importância ao acontecimento, porque a busca e o objectivo, eram cidades, riquezas e especiarias e não sertão sem cidades, nem comércio e muito menos sem minas de ouro.

Não é crível que fosse o desinteresse o motivo de D.Manuel, porque para além do sigilo já referido, também é revelador que a comunicação aos sogros, só aconteceu quando já tínhamos uma nova frota a explorar a orla costeira brasileira, que saíra de Lisboa comandada por Gonçalo Coelho.


Cautela e falta de confiança em relação a Castela, sem dúvida, desprezo pelas novas terras nem pensar


Um dos relatos escritos que D.Manuel recebeu, foi a famosa carta, enviada por Pêro Vaz de Caminha, onde ele descreve os acontecimentos ocorridos entre o dia 22 de Abril e o dia 1 de Maio de 1500. Caminha seguiu com a armada de Cabral, viria a morrer em 1501, mas a sua carta enviada ao Rei, ficou famosa

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O achamento do Brasil(I)


As informações obtidas, na sequência do regresso da Índia, exigiam que se preparasse outra armada para regressar à Índia, necessariamente mais poderosa que a anterior, para que se impressionasse os povos do Oriente e ao mesmo tempo pudesse trazer maior carga de especiarias.

Uma armada composta por 13 navios sob o o comando de Pedro Álvares Cabral zarpou do Tejo a 9 de Março de 1500. O destino era, conseguir uma nova viagem de confirmação, da de Vasco da Gama, por forma que, não fosse considerada como um acto fruto do acaso, mas constituísse uma rota seguramente definida.

Várias são as interpretações sobre a rota seguida por Cabral, normalmente incidem sobre o facto do desvio da rota mais ao largo pelo Atlântico, tenha sido deliberada ou fruto do acaso, ou de simples engano.

Certo é que da viagem anterior, já teria havido indícios, de que haveria terra a poente da rota, quer pelo movimento de algumas aves, ou mesmo segundo relatos do avistamento do monte Pascoal, de costas voltadas para o cabo da Boa Esperança.

A 22 de Abril toparam, pela manhã, "com aves, a que chamam fura-buchos... e, a horas de véspera [entre as 15 horas e o sol-posto]," tiveram "vista de terra, isto é, primeiramente d'um grande monte, mui alto e redondo, e d'outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz"


Razões que podem justificar o facto do desvio da rota da Índia, não ter sido fruto do acaso, mas uma decisão pensada, seguida da instrução dada a Álvares Cabral, para que o notícia fosse transmitida para Lisboa duma forma célere, mas o mais discretamente possível, afim de evitar a propagação da notícia.


A nau que Cabral envia para Lisboa, para dar notícia do achamento do Brasil, foi a mais discreta possível. Escolheu a embarcação menos necessária à armada, levava apenas equipamentos e mantimentos suplementares e ao contrário do que era usual não foram embarcados indígenas, na sua viagem de regresso a Lisboa

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Acontecimentos no ano de 1499

*-A transladação do corpo de D.João II de Silves para a Batalha

Cumprindo um desejo expresso pelo seu antecessor, D.Manuel promove em Outubro de 1499 a translacação dos restos mortais de D.João II de Silves para o Mosteiro da Batalha.

D.Manuel deslocou-se com numeroso séquito até Silves, após o que retirado o corpo do túmulo e metido num ataúde, se organizou enorme cortejo, com todo o luzimento necessário, ao que fora chamado de "santo corpo" real, porque segundo as crónicas de Garcia de Rezende, o corpo
se mantivera incorrupto, após 4 anos sob o solo.

A chegada do cortejo decorreu em Aljubarrota, onde o rei recebeu o corpo, acompanhado de D.Jorge e os outros herdeiras da reabilitada casa de Bragança, o que viria a conferir a este acto, um significado político, que deixava bem clara a intenção do rei, em fechar de vez as feridas do passado.

Com a cerimónia fúnebre de Outubro de 1499, ocorreram as últimas exéquias reais, neste mosteiro, porque D.Manuel já decidira que o seu corpo, devia ser sepultado no novo mosteiro de Belém, que se localizava junta a uma ermida da Ordem de Cristo.

* A chegada da Índia

Em Julho de 1499 a Bérrio comanda por Nicolau Coelho,entrou no Tejo, carregada de especiarías. Foi recebida com natural grande emoção, por toda a gente, incluindo o rei e os seus conselheiros comerciais,pois, a partir de agora, já não era só Veneza,que distribuiria especiarias pelo mercado Europeu.

Vasco da Gama só chegaria a Lisboa 1 mês depois, retido que havia estado na ilha Terceira, acompanhando os últimos dias de vida de seu irmão Paulo.

Muitas mercês e perdões de crimes praticados, foram atribuídos por D.Manuel,aos navegantes de Calecute, conforma as suas atribuições e responsabilidades.

Para Vasco da Gama, o maior quinhão além duma tença anual 300 000 reais, o direito de usar o título de dom, sendo nomeado Almirante dos mares da Índia. Foi aliás o único fidalgo português a receber um título nobiliárquico pela realização duma viagem de exploração.

Também D.Manuel ganhou qualquer coisa, pelo menos o seu título, após 25 de Agosto de 1499 passou a ser de

Rei de Portugal e dos Algarves, d aquem e d além mar em África, senhor da Guiné e da conquista, da nevegação e do comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia.

Óptimo e pomposo título sobretudo para impresionar os príncipes europeus e realçar o monopólio português.