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domingo, 21 de março de 2010

Acontecimentos no ano de 1512

  • Chegada de António Abreu as ilhas de Banda, Ambão e Seram.

Após a conquista das Molucas ficando Afonso de Albuquerque a saber da da localização das chamadas "ilhas das especiarias", ordenou em Novembro, de 1511 a partida dos primeiros navios portugueses para o sudeste asiático, comandado pelo seu homens de confiança António de Abreu e por Francisco Serrão, guiados por pilotos malaios, via Java, chegaram as Pequenas Ilhas de Sunda e da ilha de Ambão e depois até às Ilhas Banda, onde chegaram no início de 1512

Estes são os primeiros europeus a chegar a essas ilhas. A nau de Serrão encalhou próximo a Ceram e o sultão de Ternate, Abu Lais, entrevendo uma oportunidade de aliar-se com uma poderosa nação estrangeira, trouxe os tripulantes para Ternate.

A partir de então os portugueses foram autorizados a erguer uma fortificação-feitoria na ilha, na passagem para o oceano Pacífico: o Forte de São João Baptista de Ternate.
  • Naufrágio da Frol do mar
Na noite de 20 de Novembro de 1512, navegando no regresso de Malaca em direcção a Goa com o valioso espólio da conquista de Malaca, uma tempestade fez naufragar a velha nau Frol de la mar onde seguia Afonso de Albuquerque.

O naufrágio fez numerosas vítimas, Afonso de Albuquerque salvou-se em condições difíceis "apenas com a roupa que trazia", com auxílio de uma jangada improvisada. Perdeu-se o valioso saque da conquista de Malaca, presentes do rei do Sião para o rei de Portugal e toda a sua fortuna.

quinta-feira, 11 de março de 2010

A conquista de Malaca



  • Insucesso de Diogo Lopes de Sequeira em Malaca

Quando Diogo Lopes de Sequeira chegou a Malaca, foi bem recebidos pela "mais nobre gente da cidade",conforme relata João de Barros no segundo capítulo das "Décadas" que lhe é dedicado

Os portugueses explicaram ao rei de Malaca, Mahammed, serem portadores de uma carta de D. Manuel escrita em arábico que constituía um "nó de paz, e amizade, que nenhum tempo teria poder de desatar".

Contudo uma campanha de intrigas conduzidas pelo governador da cidade, de nome Bendará, junto do próprio rei por forma a satisfazer os interesses dos "moradores mouros ali residentes, em cujas mãos andava o comércio desta cidade para a Índia", veio a redundar numa armadilha por parte dos mouros e rodeados por "grande número de velas", acabando Diogo Lopes de Sequeira por abandonar rapidamente a costa com três dos navios, deixando para trás dois navios incendiados, várias baixas e dezanove prisioneiros


  • Afonso de Albuquerque conquista Malaca
Depois de nomeado governador Afonso de Albuquerque não se esqueceu dos seus objectivos e de imediato começou os preparativos para conquista de Malaca e libertação dos prisioneiros que Diogo Lopes de Sequeira, lá deixara. Assim se fez de vela a 7 de Abril de 1511 comandando uma armada composta por um total de dezoito navios.

A 1 de Julho de 1511 Albuquerque fundeia diante de Malaca, vindo a saber que muitos negociantes tinham abalado com medo do castigo que os portugueses iriam dar a Mahammed por causa das ofensas feitas a Diogo Lopes de Sequeira.

Contudo, o governador tenta levar tudo a bem, pois que não ignora que dentro de Malaca havia muitos cativos portugueses do tempo de Sequeira, e assim espera durante dois dias

Em 24 de Agosto de 1511 em nome do rei de Portugal, Afonso de Albuquerque conquistou Malaca, que era ao tempo o centro do comércio asiático.

Após renhidos combates, o sultão fugiu com a sua família e a sua corte, aguardando que os vencedores, como era tradição na Ásia do Sueste, saqueassem a cidade e regressassem ao seu país de origem. Foi com amarga surpresa que verificou que os intrusos, que inicialmente haviam sido tomados por “gente branca do Bengala” mas que começavam a ser conhecidos como “francos” ou “frangues”, não só não partiram como ergueram uma torre de pedra, sinal inequívoco de que tinham vindo para ficar.

(cf.Paulo Jorge de Sousa Pinto. “Malaca: Uma encruzilhada de rotas e culturas” In Os Espaços de um Império – Estudos. Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999.

O momento era de retumbante vitória para os portugueses. A tomada de Malaca, inimaginável até há tão pouco, abria agora o caminho para o Extremo Oriente. O Sião, a Cochinchina, o Tonquim e as costas da China, mas sobretudo o Arquipélago Oriental estavam ao alcance dos navios portugueses, pelo que se procedeu ao rápido reconhecimento e avaliação de várias regiões.

Dos mil e duzentos homens que tomaram Malaca, quatro dezenas seguiram à letra as indicações do vice-rei, largaram as armas e assentaram arrais na cidade, a meio caminho entre a Índia e a costa sudoeste da China.

São estes quarenta que estão na génese da quase mítica identidade portuguesa que continua hoje a ser reclamada pelos dois mil residentes do kampung portugais.

O encorajar os casamentos mistos dos portugueses com a população local, levou ao nascimento de uma comunidade cristã – que se identificou e ainda identifica como “Kristang” – e ao aparecimento de uma linguagem crioula conhecida por “Papia Kristang” que é basicamente uma mistura de português arcaico com gramática malaia. Ainda hoje persiste quer esta comunidade que se orgulha da sua cultura (na linguagem, religião, música, festas populares e rituais de casamento e de noivado)
(cf (Indis)pensáveis Ana Afonso)