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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Embaixada frustada à China

Em 1516, parte para Cantão uma frota de Fernão Pires de Andrade, dirigindo uma embaixada que o rei tinha decidido enviar à China.

Nessa frota seguia Tomés Pires, nascido em Portugal nos finais do século XV, foi como boticário que partiu para o Oriente onde, para além das funções de feitor para o comércio das especiarias, reuniu importante pecúlio. Afonso de Albuquerque enviou-o a Malaca, a que se seguiu, em 1516, a nomeação como embaixador de Portugal na China, missão da qual jamais regressaria.

Na chegada, Fernão Peres de Andrade, capitão da armada, em jeito de saudação, mandou hastear a bandeira portuguesa e disparar os canhões, comportamento que não foi bem recebido pelos chineses, pois não se coadunava com os seus costumes.

Por outro lado, e apesar de chegar a confirmação de que Tomé Pires e o seu séquito seriam recebidos pelo Imperador, esse encontro foi por demais demorado, só vindo a realizar-se três anos mais tarde (1520), o que fez atrasar o seu regresso e comprometer irremediavelmente a missão.

Entretanto, ainda em meados de 1519, chegou o capitão Simão de Andrade, irmão de Fernão Peres de Andrade, com a intenção de recolher Tomé Pires, mas, pouco dado ao trato diplomático, toma atitudes que ofendem tremendamente os chineses, nomeadamente o facto de ter erguido um fortim e mandado enforcar um dos seus marinheiros.

Por isso, quando a embaixada partiu de Cantão, em 1520, para Pequim, tinha poucas hipóteses de se tornar um sucesso.

Também as erróneas traduções dos textos, motivadas pela falta de preparação dos intérpretes, assim como o presente, pouco sumptuoso, que os portugueses levavam, da parte do rei D. Manuel para o imperador da China, em nada favoreceram a imagem dos lusitanos, que acabam por ter um acolhimento desagradável por parte do Imperador e dos mandarins.

Com a embaixada recusada, voltam a Cantão, onde as hostilidades culminaram na prisão e posterior execução do embaixador e seus acompanhantes. Na verdade, desconhece-se, com rigor, se Tomé Pires chegou a ser executado, ou se veio a ser libertado. Porém, no dizer de Fernão Mendes Pinto, o boticário deixou descendência na China e lá morreu, por volta de 1540.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O malogro da construção fortaleza de Mamora



Para além da consolidação do reino nas Índias, D.Manuel não esquece o desejo de consolidação da presença portuguesa no norte de África.

Em 1514 mandara Estêvão Rodrigues Bério e a João Rodrigues proceder a um reconhecimento na barra do rio Cebu, tomando medidas do seu fundo, da amplitude da maré, da quantidade de navios que ali poderiam entrar, das características da terra em ambas as margens, da existência de madeira e pedras para construção

De posse dessas informações foi estabelecido um plano que passava pela construção dum ponto de apoio na zona,

Deste modo a 13 de Junho de 1515 uma forte armada (200 embarcações e 8.000 homens), sob o comando de D. António de Noronha, deixou o rio Tejo e viria a ancorar na foz do Cebu em 24 de Junho, dia de São João, desembarcando e ocupando a povoação sem resistência.


Iniciaram então uma fortificação de campanha, em faxina e terra, com a função de dar protecção à construção de outra mais sólida, em alvenaria de pedra. E

sse local contudo não se mostrou adequado porque apenas previa a defesa pelo lado do mar mas esqueceram a possibilidade dum ataque por terra o que se revelaria desastroso quando dum ataque desfechado pelos muçulmanos, que impôs uma pesada derrota aos portugueses. Ao ser dada a ordem para a retirada (10 de Agosto), os defensores fizeram-no em debandada, com a perda de mais da metade dos homens, de grande quantidade de artilharia e de cerca de cem navios, afundados ou encalhados na barra.

As informações previamente recolhidas, pelo vistos não se mostraram minimamente eficazes na obtenção dos resultados que se pretendiam.







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