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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Acontecimentos no ano de 1517

  • O testamento de D.Manuel
Sensivelmente 1 mês depois da morte da Rainha, D.Manuel voltou à Penha Longa e assinou o seu testamento do qual se destaca o seguinte

Pedia para ser sepultado em campa rasa, na capela-mor dos Jerónimos , diante do altar-mor, não pretendia grandes lutos, mas que fossem rezadas 5000 missas por sua intenção. Contraditarias estas medidas entre a simplicidade e o aparato, revelador do seu feitio.

O rei encomendava que fossem libertados 70 cativos e fossem casadas 70 órfãs agraciadas com 12000 reais cada uma e fosse enviado um romeiro a Roma e a Jerusalém para obter a sua absolvição plena.

A custódia fabricada com o primeiro ouro chegado do Brasil era dado ao Mosteiro dos Jerónimos e outras dádivas em destaquem o Mosteiro de Sá Francisco em Beja onde repousavam os restos mortais de seus pais e irmão.

No aspecto político queria próximos do futuro rei o governo da Ordem de Cristo (nas mãos do próprio rei) e que o cargo de Condestável fosse atribuído a um dos seus filhos segundos enquanto destinava o infante D. Henrique para vida eclesiástica .

Pretendia que o infante D.João seu sucessor não ocupasse o trono antes dos 20 anos pelo que, caso D.Manuel falecesse antes do herdeiro completar essa idade, deveria o governo ser exercido por uma regência composta por 6 membros, O arcebispo de Braga, o bispo de Viseu, o conde de Tarouca, o conde de Vila Nova de Portimão e os dois vedares da Fazenda

  • O Terreiro do Trigo e a renovação da Alfândega

O ano de 1513 marca ... o início de uma grande reforma da frente ribeirinha
.....

Mais para poente, a Ribeira Velha ou das Portas do Mar ficava enquadrada por um
enorme edifício construído pela cidade em tempo de D. Manuel, uma vez mais de
carácter singelo mas eficaz nos seus propósitos: os Celeiros do Trigo, ou Armazéns do
Terreiro do Trigo. Foram erguidos em frente à fachada da igreja mais importante de
toda a frente ribeirinha, a Igreja da Misericórdia, instituição prestigiadíssima à altura,
ensombrando porém a sua fachada lateral e o monumental portal que ainda hoje
sobrevive.

Um dos edifícios mais importantes para o funcionamento da frente ribeirinha era a
Alfândega que era necessário renovar. A alfândega antiga remontava aos tempos
medievais e era demasiado pequena para atender às solicitações de tráfego crescente. As
obras para a Alfândega Nova foram lançadas em 1517 e a sua construção arrastou-se
durante decénios. O edifício ficava sobre o rio, pegado aos Armazéns do Terreiro do
Trigo. A configuração do edifício foi das que mais se alterou durante um século. Teria
começado por oferecer uma fachada de dois andares virada para o rio, com quatro
páginas e uma arcaria vazada no piso térreo, ligada a uma plataforma e a um cais a ela
associado, sendo esta a forma que, meridianamente, podemos apontar como sendo a de
quase todo o século XVI, quando cotejadas as fontes visuais, até cerca de 1580, segundo
cremos

Fonte :Lisboa (séculos XVI-XVII) da autoria de Paulo Pereira
Historiador de arte
Faculdade de Arquitectura
da Universidade Técnica de Lisboa