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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1515

  • A reconquista de Ormuz

Em 1 de Abril de 1515, Albuquerque retornou a Ormuz, à frente de uma frota de 27 navios, com um efectivo de 1.500 soldados portugueses e 700 malabares, determinado a reconquistá-la.

Bem sucedido, ocupou a posição da antiga fortaleza retomando a construção, do Forte de Nossa Senhora da Vitória, agora sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição e estabeleceu a suserania portuguesa, subordinada ao Estado da Índia.

Como nessa época, os principais portos do golfo Pérsico e da Arábia, tais como Julfar, Bahrain, Calaiate (Qalhat), Mascate, Catifa (al Qatif), Corfacão, e as ilhas de Queixome (Qeshm) e Lareca, encontrava-se sob o domínio do reino de Ormuz, com a sua queda, todas as cidades e portos da região tornaram-se tributárias do rei de Portugal.

O reino de Ormuz permaneceu como uma potência regional, em articulação com o Estado Português da Índia. Sob esta fórmula, a presença portuguesa na região estendeu-se por mais de um século, até aos anos de 1620-1650.

  • Construção da Torre de Belém

A 4 de Julho de 1515, D. Manuel I mandou erguer a Torre de Belém no local onde o seu antecessor, D. João II, pretendera levantar um forte para defesa do porto sob projecto de Garcia de Resende.

Quatro anos e três dias depois, a obra estava concluída segundo o risco de Franscisco Arruda.

Mais do que uma obra militar, trata-se de uma verdadeira obra-prima de arquitectura, marco histórico da epopeia marítima portuguesa. Diz-nos Garcia de Resende que D. João II ordenara a construção de uma torre e um baluarte na Caparica, encomendando ao seu cronista (e também arquitecto) o projecto de um forte na margem norte do Tejo, de forma a que os fogos dos dois redutos impedissem a entrada no estuário. Morreria o Príncipe Perfeito sem ver tal obra sequer iniciada.

No início do século XVI as águas do Tejo batiam mais perto do local onde já se começara a construir o Mosteiro dos Jerónimos. Em frente, como que emergindo do rio, um conjunto rochoso foi considerado suficiente para nele se levantar a fortificação de dois corpos - torre e baluarte -, que teve várias designações antes de se perpetuar como Torre de São Vicente de Belém.

Em planta, a fortificação compõe-se pela torre, integrando a habitação do capitão-mor (em 1521 foi nomeado o primeiro, Gaspar de Paiva), e pelo baluarte hexagonal que a rodeia e protege.


Num piso inferior, abaixo da linha de água, encontram-se as caves que serviram de paióis e, mais tarde, de prisão política para altas individualidades. Ali esteve encarcerado até à morte D. Pedro da Cunha, pai do bispo do Porto D. Rodrigo da Cunha, partidário de D. António Prior do Crato.

Mais tarde, em 1641, nobres personalidades da corte, como o duque de Caminha, o marquês de Vila Real e o conde de Vale dos Reis, foram ali aprisionadas por suposta implicação numa conjura contra D. João IV.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Morte de Afonso de Albuquerque

Albuquerque permanecia em Ormuz, concluindo a construção da fortaleza em 1515, investindo em esforços diplomáticos para o seu plano de domínio dos pontos estratégicos que permitiam o controlo marítimo e o monopólio comercial da Índia e a receber enviados, mas cada vez mais doente.

Em Novembro de 1515, decidiu voltar, mas não sobreviveu à viagem.

A carreira de Afonso de Albuquerque teve um final doloroso e ignominioso. Na corte portuguesa tinha vários inimigos que não perdiam a oportunidade de espicaçar a inveja do rei D. Manuel I contra ele, insinuando que pretendia a independência do poder na Índia.

A sua conduta, por vezes imprudente e tirânico, serviu estes fins na perfeição. No regresso de Ormuz, à entrada do porto de Goa, cruzou-se com um navio vindo da Europa que trazia a notícia da sua substituição pelo seu inimigo pessoal Lopo Soares de Albergaria, líder do grupo que se lhe opusera quando da substituição do vice-rei. O golpe foi demasiado para Afonso de Albuquerque, que morreu no mar a 16 de Dezembro de 1515.

É-lhe atribuída a frase de "Mal com el-rei por amor dos homens, mal com os homens por amor de el-rei.", que terá exclamado ao saber da notícia.

Pouco antes de morrer, em resposta a uma carta do rei admoestando-o pelos gastos e conquistas excessivas, e por não se ter dedicado ao objectivo inicial, escreveu uma carta ao rei em tom digno e afectuoso, assumindo a sua conduta e pedindo para o seu filho natural as honras e recompensas que eram justamente devidas a si próprio:

Tinha 66 anos, mas aos portugueses da época pareceu na altura que não era só ele que morria, mas o próprio estado português da Índia que morria com ele, Foi a enterrar na capela de Nossa Senhora da Guerra, mas muitos anos depois o seu corpo foi transladado para Lisboa e foi sepultado na Igreja de Nossa Senhora da Graça.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1514

  • Criação da Diocese do Funchal pela Bula Pro Excelenti e eleição de D. Diogo Pinheiro para seu Bispo
A primeira diocese criada nos domínios das nossas conquistas e descobertas foi a do Funchal.
O aumento continuo da população e a importância que notavelmente foi adquirindo o Funchal deram motivo a que D. Afonso V elevasse essa povoação á categoria de vila, pelo ano de 1451.
Era também indispensável regularizar a situação religiosa do arquipélago duma maneira mais satisfatória, pois pertencendo a Madeira á Ordem de Cristo, que tinha a sua sede em Tomar, era a ela que cabia superintender nos assuntos de jurisdição eclesiástica tendo para isso delegado no vigário de Nossa Senhora do Calhau a direcção de todas as questões religiosas nesta ilha.

Impunha-se pois a criação duma diocese autónoma, que tivesse á sua frente um prelado que pudesse exercer todos os actos do culto e superintender livremente em todos os negócios da disciplina eclesiástica.

Assim o compreendeu o rei D. Manuel, e solicitando a criação da diocese funchalense, foi esta estabelecida pelo papa Leão X, pela Bula Pro Execelenti de 12 de Junho de 1514 desligando o novo bispado da jurisdição do mestrado da Ordem de Cristo.

O primeiro bispo desta diocese foi D. Diogo Pinheiro, que exercia um elevado cargo na Ordem de Cristo, a que a Madeira pertencia no espiritual.

O fim principal da criação da diocese foi entregar a direcção pessoal e imediata das questões religiosas neste arquipélago a um prelado, que pudesse também exercer todos os actos do culto e da jurisdição canónica privativos da hierarquia eclesiástica a que pertencem os bispos.

Não sucedeu, porém, assim. Só cinquenta e dois anos depois da criação da diocese funchalense é que o quarto bispo dela, D. Jorge de Lemos, veio pessoalmente tomar posse do seu cargo, que desempenhou durante alguns anos.

Fonte: Diocese do Funchal

  • Elevação do lugar de Nordeste, ilha de São Miguel, à categoria de vila.
O Nordeste é uma vila e um município português na ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, com 101,51 km² de área e 5 254 habitantes (2004), subdividido em 9 freguesias. O município é limitado a sul pelo município da Povoação e a oeste pela Ribeira Grande e tem costa no oceano Atlântico a norte e leste.

No Nordeste existem muitos pontos turísticos como a Miradouro da Ponta do Sossego, Miradouro da Ponta da Madrugada, Serra da Tronqueira, Farol do Arnel, Parque Natural dos Caldeirões, entre outros miradouros que permitem avistar paisagens panorâmicas para o mar.

O Nordeste é muito conhecido pela sua vegetação e pelas lindas flores como as hortências ou as azaléias que enfeitam as estradas do concelho.

Aqui se localiza o Pico da Vara, ponto mais alto da ilha de São Miguel, com cerca de 1100 metros de altitude. O seu relevo é de carácter montanhoso, recortado por ribeiras que deslizam por entre a vegetação. Com uma extensão aproximada de 1982 hectares, incorpora uma grande quantidade de vegetação endémica e tipica da Macaronésia, assim como todo um conjunto de flora rara e de grande valor. O Priolo, ave endêmica da ilha, encontra aqui o seu habitat.