A importância da presença portuguesa na Índia justifica que D. Manuel tenha compreendido que, devido ao grande espaço, era necessário haver coordenação e autoridade, para garantir o comércio das especiarias. Era necessária uma presença permanente no local, com poderes decisórios.
Sob o ponto de vista comercial, ainda era um facto que o comércio da Índia com a Europa, estava no poder dos mouros e dos mercadores venezianos e o objectivo com a descoberta do caminho marítimo, trazer para Portugal a preponderância comercial dos produtos orientais, principalmente especiarias e sedas.
O aspecto religioso trazia o grande objectivo missionário de Portugal, para conter o Islão e sob o ponto de vista político, começava a desenhar-se a ideia dum projecto imperial.
A escolha para primeiro Vice-Rei, recaiu sobre D. Francisco de Almeida, que foi empossado nesse cargo partindo de Lisboa a 25 de Março de 1505, estando desde logo estabelecido que a nomeação sería por 3 anos.
Em boa verdade e em rigor o facto é que segundo esse regimento, o governador-mor, só tomaria o título de Vice-rei logo que tivesse erguido fortalezas em Cananor, Cochim e Coulão.
A frota constituída por 22 naus, que partiu nessa data ia equipada por um forte dispositivo bélico, porque já estava definido que, só pela guerra, poderiam assegurar a posição das feitorias já estabelecidas e a expansão a novos pontos nevrálgicos.As instruções fora a captura e fortificação de Sofala e Quíloa e que construísse uma fortaleza na ilha de Anjediva, como já havia dito
A ideia era construir se possível um bom entendimento com os soberanos locais, mas em caso de necessidade, usar a força era imperioso.
Cumprindo o estabelecido no regimento, D. Francisco começa por empreender o plano traçado para a costa oriental de África. Fazendo amizade com o rei de Sofala e edificando uma fortaleza, impedia assim o fornecimento de ouro que nesse porto abastecia os mercadores árabes.
Em Quíloa o rei fugiu quando viu chegar a armada portuguesa. Este havia usurpado o trono do antigo soberano, que tinha aceite a vassalagem ao rei português. No seu lugar, o governador colocou um mouro que tinha ficado como refém, por demonstrar merecer a sua confiança. Esta política tinha por finalidade facilitar a comunicação, vencendo assim a barreira da língua.
O rei de Mombaça recebeu a esquadra do vice-rei com guarda reforçada, pois tinha tomado conhecimento do que se passara em Quíloa. Tentou alvejar Almeida e a sua comitiva, empreendendo a fuga posteriormente. D. Francisco mandou um emissário dizer ao rei, que se aceitasse ser vassalo do rei de Portugal, poderiam entende-se facilmente, caso contrário lhe faria guerra. Como não aceitou a rendição, D. Francisco de Almeida mandou incendiar parte da cidade, para que os seus homens pudessem entrar mais facilmente e saquea-la.
Já na Índia mandou erguer a fortaleza de Anjediva aproveitando uns alicerces já ali existentes, junto ao mar. Esta fortaleza estava num ponto muito sensível e na ausência do governador, foi atacada pelos mouros por via terrestre. Saquearam toda a mercadoria e queimaram a frota que estava fundeada. Esta fortaleza viria mais tarde a ser destruída por ordem de D. Francisco, uma vez que as despesas eram superiores aos lucros, devido aos roubos.
Em Cochim, Cananor e Ceilão, as negociações resolvem-se pela via diplomática, ficando tributários de Portugal.
O comércio português no Índico estava em franco progresso, e para isso contribuiu em grande parte o bom entendimento com alguns soberanos do Malabar. Estes, descontentes com os mouros egípcios e turcos, que só negoceiam com Calecute, fazem-se amigos dos portugueses e prometem o seu apoio. O acesso ao mar Vermelho estava cada vez mais condicionado, passando só as embarcações que tinham o “livre trânsito” e para o obter, tinham de fazer o pagamento prévio do imposto. Esta situação não agradava aos mouros do Cairo, que utilizavam aquele mar para abastecer Veneza e toda a zona mediterrânica.
Em carta de Dezembro de 1505, dirigida a D. Manuel, D.Francisco de Almeida diz-lhe espero que em meu tempo sereis Imperador deste mundo de cá.
Créditos:Universidade Católica Portuguesa-(Polo de Viseu) Trabalho realizado por Albina Faria 2002/ 2003
Sob o ponto de vista comercial, ainda era um facto que o comércio da Índia com a Europa, estava no poder dos mouros e dos mercadores venezianos e o objectivo com a descoberta do caminho marítimo, trazer para Portugal a preponderância comercial dos produtos orientais, principalmente especiarias e sedas.
O aspecto religioso trazia o grande objectivo missionário de Portugal, para conter o Islão e sob o ponto de vista político, começava a desenhar-se a ideia dum projecto imperial.
A escolha para primeiro Vice-Rei, recaiu sobre D. Francisco de Almeida, que foi empossado nesse cargo partindo de Lisboa a 25 de Março de 1505, estando desde logo estabelecido que a nomeação sería por 3 anos.
Em boa verdade e em rigor o facto é que segundo esse regimento, o governador-mor, só tomaria o título de Vice-rei logo que tivesse erguido fortalezas em Cananor, Cochim e Coulão.
A frota constituída por 22 naus, que partiu nessa data ia equipada por um forte dispositivo bélico, porque já estava definido que, só pela guerra, poderiam assegurar a posição das feitorias já estabelecidas e a expansão a novos pontos nevrálgicos.As instruções fora a captura e fortificação de Sofala e Quíloa e que construísse uma fortaleza na ilha de Anjediva, como já havia dito
A ideia era construir se possível um bom entendimento com os soberanos locais, mas em caso de necessidade, usar a força era imperioso.
Cumprindo o estabelecido no regimento, D. Francisco começa por empreender o plano traçado para a costa oriental de África. Fazendo amizade com o rei de Sofala e edificando uma fortaleza, impedia assim o fornecimento de ouro que nesse porto abastecia os mercadores árabes.
Em Quíloa o rei fugiu quando viu chegar a armada portuguesa. Este havia usurpado o trono do antigo soberano, que tinha aceite a vassalagem ao rei português. No seu lugar, o governador colocou um mouro que tinha ficado como refém, por demonstrar merecer a sua confiança. Esta política tinha por finalidade facilitar a comunicação, vencendo assim a barreira da língua.
O rei de Mombaça recebeu a esquadra do vice-rei com guarda reforçada, pois tinha tomado conhecimento do que se passara em Quíloa. Tentou alvejar Almeida e a sua comitiva, empreendendo a fuga posteriormente. D. Francisco mandou um emissário dizer ao rei, que se aceitasse ser vassalo do rei de Portugal, poderiam entende-se facilmente, caso contrário lhe faria guerra. Como não aceitou a rendição, D. Francisco de Almeida mandou incendiar parte da cidade, para que os seus homens pudessem entrar mais facilmente e saquea-la.
Já na Índia mandou erguer a fortaleza de Anjediva aproveitando uns alicerces já ali existentes, junto ao mar. Esta fortaleza estava num ponto muito sensível e na ausência do governador, foi atacada pelos mouros por via terrestre. Saquearam toda a mercadoria e queimaram a frota que estava fundeada. Esta fortaleza viria mais tarde a ser destruída por ordem de D. Francisco, uma vez que as despesas eram superiores aos lucros, devido aos roubos.
Em Cochim, Cananor e Ceilão, as negociações resolvem-se pela via diplomática, ficando tributários de Portugal.
O comércio português no Índico estava em franco progresso, e para isso contribuiu em grande parte o bom entendimento com alguns soberanos do Malabar. Estes, descontentes com os mouros egípcios e turcos, que só negoceiam com Calecute, fazem-se amigos dos portugueses e prometem o seu apoio. O acesso ao mar Vermelho estava cada vez mais condicionado, passando só as embarcações que tinham o “livre trânsito” e para o obter, tinham de fazer o pagamento prévio do imposto. Esta situação não agradava aos mouros do Cairo, que utilizavam aquele mar para abastecer Veneza e toda a zona mediterrânica.
Em carta de Dezembro de 1505, dirigida a D. Manuel, D.Francisco de Almeida diz-lhe espero que em meu tempo sereis Imperador deste mundo de cá.
Créditos:Universidade Católica Portuguesa-(Polo de Viseu) Trabalho realizado por Albina Faria 2002/ 2003
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