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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Acontecimentos no ano de 1503

  • Vicente Sodré terá chegado à ilha de Socotorá.

Vicente Sodré partiu para a Índia a 10 de Fevereiro de 1502, como sota-almirante (sota-capitão) da armada comandada por seu sobrinho D. Vasco da Gama, pois estava determinado que substituiria o almirante em caso deste falecer, e morreria num naufrágio sob um tufão, junto às ilhas Curia Muria (Omã), em finais de Abril ou inícios de Maio de 1503.

Vicente Sodré, servidor fiel e experimentado do rei, antes do mais interpreta e encarna esta visão ao zarpar para o estreito de Meca e advir o verdadeiro precursor do combate contínuo pela nossa hegemonia marítima no Índico, o primeiro mártir desse esforço secular homérico, ficando na História, fossem quais fossem os seus pecados, como o primeiro capitão-mor do mar da Índia, que a partir dele sempre contou com a permanente presença naval portuguesa até há poucas décadas.

A terminar, em termos muito gerais, talvez seja possível aventar que a morte de Vicente Sodré conduziu a uma modificação na estratégia portuguesa, nesta fase centrada no monopólio do comércio das especiarias. Com Gama ajuizara-se que bastaria instalar feitorias nas principais cidades indianas que escoavam as especiarias e fazer amizade com os rajás locais.

Com a resistência enfrentada por Cabral concluíra-se que além das feitorias eram necessárias armadas permanentes para as proteger e dominar as rotas do comércio marítimo. Com a morte de Sodré percebera-se que a mobilidade, a velocidade e a iniciativa no mar não eram suficientes, havendo que construir fortalezas para apoiar as feitorias e as armadas. A trilogia feitoria-fortaleza-armada será a chave do Império.


Nos círculos comerciais, a notícia do achamento de terra firme no Atlântico Sul despertou o interesse dos armadores dos portos do Atlântico e do Mediterrâneo. A presença de representantes de casas comerciais italianas e alemãs em Portugal, sobretudo de florentinos e genoveses, datava do início da epopéia da expansão ultramarina. Forneciam capital, armavam navios e participavam ativamente do processo de expansão da agroindústria do açúcar no Algarve e nas ilhas atlânticas (Madeira, Cabo Verde, São Tomé). A concessão de privilégios comerciais a banqueiros estrangeiros tornara-se relativamente freqüente no transcorrer do século XV.

  • Financiamentos por banqueiros europeus
O banqueiro e mercador florentino Bartolomeu Marchione, um dos mais poderosos de Lisboa, redistribuía açúcar e vinhos da Madeira às casas comerciais dos Médicis em Londres e Bruges. Marchione financiou parte das expedições de descobrimento e comércio visando à abertura da Carreira das Índias e armou naus nas expedições de 1500, 1501 e 1502.

Os Affaitati, banqueiros de Cremona e donos de uma das mais bem-sucedidas companhias internacionais dos séculos XV e XVI, tinham representantes comerciais em Lisboa desde o final do século XV e participavam da redistribuição do açúcar da Madeira e, posteriormente, da pimenta da Índia.

A casa comercial dos Welser, uma das mais importantes do sul da Alemanha, financiou e enviou representantes nas expedições à Índia, além de possuir uma feitoria na Madeira. O mesmo ocorria com a casa dos Fugger de Augsburgo, embora em escala menor.

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