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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Acontecimentos do ano de 1521

  • A terceira versão das ordenações manuelinas
Quando assumiu o trono em 1495, visando corrigir e actualizar as Ordenações Afonsinas, D. Manuel já tinha em mente um novo Código e da tarefa foi incumbida Rui Boto, conselheiro régio desde 1491 e Chanceler-Mor do Reino desde 1505

A tarefa de imprimir os cinco livros das Ordenações coube a Valentim Fernandes, alemão da Morávia, mas que servia o monarca português tendo inclusive aportuguesado o seu nome.

A tarefa foi demorada, pois o primeiro livro só saiu em 1512 e o terceiro apenas em 1513.

Até hoje não se sabe se houve ou não uma edição completa de Valentim Fernandes

A esta seguiu-se outra em papel, em 1514, em que foram feitas correcções pontuais.

O trabalho foi feito por João Pedro Bonhomini de Cremona usando os aparelhos da oficina de Valentim Fernandes, tendo sido feita também uma versão em pergaminho.

Curiosamente os livros não foram impressos na ordem numérica, mas começando pelo terceiro e terminando pelo segundo. O terceiro e quarto livros ficaram prontos em 11 e 24 de Março, respectivamente, o quinto em 28 de Junho, o primeiro em 30 de Outubro e o segundo em 15 de Dezembro.

A tiragem foi inicialmente de cinco mil exemplares, mil de cada tomo. O custo de realização da obra foi considerável, da ordem dos 700 mil réis. Um alvará de Dom Manuel I, de Outubro de 1514, dá autorização à Casa da Índia a entregar a Valentim Fernandes especiarias no valor de 300 mil réis, como parte do pagamento pelos serviços prestados.

A versão definitiva foi publicada parcialmente em Sevilha e foi finalizada em Évora em 11 de Março de 1521.

Neste ano, para evitar confusões, por Carta Régia de 15 de Março, o monarca determinou que todos os possuidores de exemplares das Ordenações de 1514 os destruíssem no prazo de três meses, ao mesmo tempo que determinou aos concelhos a aquisição da nova edição.

  • Nascimento de D.Manuel filho natural do príncipe D.João
Manuel, Infante de Portugal, tido filho de Dona Isabel Moniz, moça da câmara da Rainha Dona Leonor, viúva de Dom João II, e filha de um alcaide de Lisboa apelidado O Carranca e do infante D.João-

D. Manuel, passou seus primeiros anos em Sintra no mosteiro de Penhalonga.

Seu nome foi mudado para Duarte para evitar confusão com o nome do herdeiro legítimo: assim, foi chamado Duarte de Portugal , sendo mais tarde nomeado arcebispo de Braga.

Permaneceu no mosteiro da Costa em estudos até 1542.

Em 1542 o rei o autorizou a visitá-lo na corte. Homem extremamente culto, traduziu para o latim a maior parte da Crónica de Dom Afonso Henriques de Duarte Galvão.

Recebeu do Papa Paulo III a Sé de Braga, onde entrou em 12 de Agosto de 1543.

Faleceu a 10 de Novembro deste ano, de varíola.

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