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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Cortes em Montemor-O-Novo

Pouco dias depois da sua aclamação, D.Manuel muda-se para Montemor-o-Novo, convocando cortes, a fim de ser jurado rei de Portugal pelos Três Estados, visto que os seus direitos dinásticos não haviam ainda sido reconhecidos pelos representantes, muito embora estes, não tenham sido nunca contestados.

Ali em Montemor, deu-se o reencontro entre o filho bastardo de D.João II, D.Jorge e o rei, que ainda não tinha acontecido, pois D.Jorge havia acompanhado os últimos dias de seu pai, no Alvor.

Relata Damião de Góis uma cena comovente, onde são transmitidas ao rei pelo aio de D.Jorge, os últimos momentos de D.João II. Segundo ele os últimos pensamento do falecido soberano, eram de alegria, pela qualidade da sua sucessão e de ansiedade por não estar certo do tratamento que viria a ser dado a D.Jorge.

Se dúvidas houvesse sobre as intenções de dispensar ao jovem primo o tratamento jurado, que o trataria como se de um filho se tratasse, que a partir daí, ainda sobre Damião de Góis, e até se casar D.Manuel dormiu com D.Jorge na mesma cama.

Esta atitude de bom entendimento, entre os eventuais seguidores de D.Manuel e de D.Jorge, cerceou a hipótese de guerra civil, que na vizinhança ibérica era tida como certa.

Nesta assembleia, o monarca ocupou-se de vários assuntos importantes para o governo do país
  • determinou enviar a Espanha um emissário para comunicar aos nobres fugidos às injustiças de D. João II que podiam voltar ao reino
  • confirmou também todas as doações do seu antecessor, mas ordenou que todos «que tivessem privilégios, liberdades, e cartas de mercês, e outras has viessem, ou mandassem cõfirmar, pera ho que ellegeo por cujo pareçer confirmava, derrogava, ou limitava, segundo ha qualidade das cousas requeria» (Rui de Pina).
D.Manuel haveria de permanecer em Montemor-o-Novo, entre Novembro de 1495 e Março do ano seguinte porque Lisboa estava infestada pela peste, que por ali grassava já por década e meia.

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