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quinta-feira, 11 de março de 2010

A conquista de Malaca



  • Insucesso de Diogo Lopes de Sequeira em Malaca

Quando Diogo Lopes de Sequeira chegou a Malaca, foi bem recebidos pela "mais nobre gente da cidade",conforme relata João de Barros no segundo capítulo das "Décadas" que lhe é dedicado

Os portugueses explicaram ao rei de Malaca, Mahammed, serem portadores de uma carta de D. Manuel escrita em arábico que constituía um "nó de paz, e amizade, que nenhum tempo teria poder de desatar".

Contudo uma campanha de intrigas conduzidas pelo governador da cidade, de nome Bendará, junto do próprio rei por forma a satisfazer os interesses dos "moradores mouros ali residentes, em cujas mãos andava o comércio desta cidade para a Índia", veio a redundar numa armadilha por parte dos mouros e rodeados por "grande número de velas", acabando Diogo Lopes de Sequeira por abandonar rapidamente a costa com três dos navios, deixando para trás dois navios incendiados, várias baixas e dezanove prisioneiros


  • Afonso de Albuquerque conquista Malaca
Depois de nomeado governador Afonso de Albuquerque não se esqueceu dos seus objectivos e de imediato começou os preparativos para conquista de Malaca e libertação dos prisioneiros que Diogo Lopes de Sequeira, lá deixara. Assim se fez de vela a 7 de Abril de 1511 comandando uma armada composta por um total de dezoito navios.

A 1 de Julho de 1511 Albuquerque fundeia diante de Malaca, vindo a saber que muitos negociantes tinham abalado com medo do castigo que os portugueses iriam dar a Mahammed por causa das ofensas feitas a Diogo Lopes de Sequeira.

Contudo, o governador tenta levar tudo a bem, pois que não ignora que dentro de Malaca havia muitos cativos portugueses do tempo de Sequeira, e assim espera durante dois dias

Em 24 de Agosto de 1511 em nome do rei de Portugal, Afonso de Albuquerque conquistou Malaca, que era ao tempo o centro do comércio asiático.

Após renhidos combates, o sultão fugiu com a sua família e a sua corte, aguardando que os vencedores, como era tradição na Ásia do Sueste, saqueassem a cidade e regressassem ao seu país de origem. Foi com amarga surpresa que verificou que os intrusos, que inicialmente haviam sido tomados por “gente branca do Bengala” mas que começavam a ser conhecidos como “francos” ou “frangues”, não só não partiram como ergueram uma torre de pedra, sinal inequívoco de que tinham vindo para ficar.

(cf.Paulo Jorge de Sousa Pinto. “Malaca: Uma encruzilhada de rotas e culturas” In Os Espaços de um Império – Estudos. Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1999.

O momento era de retumbante vitória para os portugueses. A tomada de Malaca, inimaginável até há tão pouco, abria agora o caminho para o Extremo Oriente. O Sião, a Cochinchina, o Tonquim e as costas da China, mas sobretudo o Arquipélago Oriental estavam ao alcance dos navios portugueses, pelo que se procedeu ao rápido reconhecimento e avaliação de várias regiões.

Dos mil e duzentos homens que tomaram Malaca, quatro dezenas seguiram à letra as indicações do vice-rei, largaram as armas e assentaram arrais na cidade, a meio caminho entre a Índia e a costa sudoeste da China.

São estes quarenta que estão na génese da quase mítica identidade portuguesa que continua hoje a ser reclamada pelos dois mil residentes do kampung portugais.

O encorajar os casamentos mistos dos portugueses com a população local, levou ao nascimento de uma comunidade cristã – que se identificou e ainda identifica como “Kristang” – e ao aparecimento de uma linguagem crioula conhecida por “Papia Kristang” que é basicamente uma mistura de português arcaico com gramática malaia. Ainda hoje persiste quer esta comunidade que se orgulha da sua cultura (na linguagem, religião, música, festas populares e rituais de casamento e de noivado)
(cf (Indis)pensáveis Ana Afonso)


2 comentários:

Anónimo disse...

A posse dos estreitos foi uma importante estrategia portuguesa do seculo XVI.
Assim tentou-se controlar o estreito de Aden, o de Ormuz, o do Ceilão e o de Malaca.
Por outro lado os cristãos novos tiveram uma importância fundamental na expansão marítima portuguesa, fato ainda sem os estudos aprofundados.

Anónimo disse...

Eu creio que os cristãos novos não tiveram nenhuma participação na expansão marítima;

e "fato" é uma coisa que se veste;
para se referir a um acontecimento deve dizer "faCto".