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domingo, 23 de novembro de 2008

O plano de D.Manuel para problema dos judeus e mouros



De facto D.Manuel, não esperava que o seu contrato de casamento, dependesse com tanta veemência da expulsão dos judeus e mouros de Portugal. terá inclusivamente chegado a pensar que a assinatura do decreto fosse suficiente para que o casamento se concretizasse, porém a obstinação de D.Isabel em vir para um Reino, que não fosse habitado exclusivamente por cristãos, colocou ao Rei a necessidade de resolver a questão duma forma mais concreta.

Se por um lado era imperioso promover a saída de mouros e judeus, por outro lado, D.Manuel tinha a noção do abalo económico que poderia representar para o reino a saída em especial dos judeus.

Tomou então algumas medidas, por uma questão de controle da situação, ordenou que a saída dos judeus, acontecesse apenas em Lisboa, proibindo a saída por outros portos.

Mandou capturar e retirar das suas famílias todos os menores de 14 anos, entregando-os a famílias cristãs, para que procedessem à sua educação e criação segundo os cânones da Fé Cristã, pagando a coroa as respectivas despesas.


O acordo com os muitos judeus que se reuniram em Lisboa (cerca de 20.000), era mais vasto pois permitira que quem quisesse permanecer em Portugal o fizesse mediante a respectiva conversão e desse modo recuperariam os filhos, prometendo ainda que durante 20 anos, não seriam incomodados.

Muito embora, alguns judeus tenham preferido matar os seus filhos a aceitar este "acordo", muitos aderiram tendo acontecido o primeiro grande baptismo colectivo em 26 de Março de 1497, na igreja de Santa Luzia, contra a promessa de recuperação dos filhos.

A ideia era clara, D. Manuel pretendia que com o tempo a sociedade judaica (cristãos-novos) fosse diluída na cristã tendo inclusivamente proibido que os cristãos-novos casassem entre si, ao mesmo tempo que proibia a existência de livros em hebraico.

Todo este processo afinal iria ainda prolongar-se por algum tempo, mantendo-se a recusa de D.Isabel em entrar em Portugal, enquanto existissem por cá, ainda casos por resolver e só nos primeiros dias de Outubro foi possível concretizar-se o casamento, cujas bodas decorreram em Valência de Alcântara, dum forma bem mais discreta, que a boda do primeiro casamento de D.Isabel, não só pela tensão gerada pelos acontecimentos descritos como também porque D.João de Castela herdeiro do trono de Espanha agonizava em Salamanca.

As medidas adoptadas não foram extensivas aos mouros, sobretudo a medida de coacção da retirada dos filhos ou o baptismo forçado, os islamitas foram simplesmente expulsos, não mais do que isso, provavelmente temendo represálias anti-cristãs, ou porque o interesse económico não era tão profundo.


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