A viagem de regresso de D.Manuel a Portugal, foi penosa e bem solitária tendo deixado para trás uma esposa que amava e o filho recém-nascido, que ficara aos cuidados dos avós. Não se sabe aos certo que tipo de acordo terá existido, entre D.Manuel e os sogros, mas o facto é que o jovem herdeiro por lá ficou eventualmente pelo peso decisório dos Reis Católicos.
D.Manuel deixou Saragoça a 9 de Setembro de 1498, tendo sido sempre acompanhado no seu percurso até à fronteira pelo Duque de Alba, o que demonstra a consideração que pelo menos Fernando de Aragão, dispensava a seu genro, tendo el-rei chegado a Lisboa 1 mês depois.
Nunca mais D.Manuel, veria o seu filho, porque a vida do infante herdeiro, também não foi longa, acabou por falecer em Granada a 20 de Julho de 1500, com quase 2 anos, embora o seu falecimento não tenha constituído surpresa para ninguém, tal a debilidade do seu estado de saúde. Provavelmente por isso a sua morte foi acolhida em toda a Península Ibérica, com um certo alívio, porque não se adivinhava em tal enfermo, capacidade de herdar tão pesada coroa. Curiosamente, pelo príncipe mais poderoso da Ibéria, nem luto se pôs e os cerimoniais do seu funeral, bastante singelas.
Enquanto foi vivo, mesmo com apreensões de natureza política, D.Miguel da Paz foi jurado herdeiro da coroa de Aragão em 22 de Setembro de 1498, Castela em em Ocaña em Janeiro de 1499 e Portugal em cortes formadas em Lisboa a 7 de Março do mesmo ano.
As reservas levantadas em Portgal a esse herdeiro, foram múltiplas, mas compreender-se-á o receio que a coroa ibérica comum, fosse desvantajosa para Portugal, de tal modo que D.Manuel, acaba por assinar um documento em que procura salvaguardar a autonomia portuguesa, nesse contexto duma coroa ibérica.
Eram muito precisas as precauções, em relação aos assuntos de natureza administrativa, como cargos políticos e demarcação de poderes, para que não se misturassem os assuntos e que Portugal não viesse a tornar-se apenas uma províncias do reino das Espanhas.Também as questões africanas dos domínios da Guiné, Fez da Mina e da India, deveriam ser sempre tratados enquanto territórios portugueses.
Determinava-se ainda que as assuntos sobre o governo de Portugal deveriam ser resolvidos em reunião de cortes em Portugal.
Todas as precauções, foram contudo inúteis atendendo ao desfecho causado pela morte do jovem herdeiro
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